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Tudo que eu preciso saber...

2010/06/28

TUDO O QUE PRECISAMOS REALMENTE SABER, APRENDEMOS NO RECREIO DO JARDIM DA INFANCIA:
  • compartilhar tudo,
  • brincar dentro das regras,
  • não bater nos outros meninos,
  • .colocar as coisas de volta no lugar onde as encontrei,
  • limpar a própria sujeira,
  • não pegar o que não era meu,
  • pedir desculpas quando magoar alguém
  • lavar as mãos antes de comer
  • puxar o autoclismo na sanita.
  • Fonte: Vadiando

12 Comentários:

beijokense disse...

@Micas10

Nós, que não tivemos "Jardim da Infância", vamos ter um curso de Novas Oportunidades para aprender isto?

É interessante verificar que hoje a escola ensina formalmente aquilo que antes se aprendia com os pais, tios, avós, vizinhos... tendo desistido de ensinar a tabuada, a ortografia, a conjugação de verbos, etc.

Cristina Lares disse...

Infelizmente as nossas crianças(quando digo nossas refiro-me às crianças em geral e não às "minhas" em concreto)estão a crescer num mundo sem regras, sem valores, sem respeito pelos mais velhos, inclusivamente pelos pais e professores. É bem verdade que estas aprendizagens deveriam ter como base a familia o que por vezes não acontece, então a escola, neste caso o Jardim de Infância "vê-se obrigado" a "substituir" a familia no que diz respeito à educação com valores de cidadania. São estes valores que estão na base de um crescimento harmonioso e saudável. Sem incutirmos estes valores não há aprendizagens "académicas" que valham. No que me toca...embora tenha um longo e árduo trabalho pela frente não desisti ainda de promover outro tipo de aprendizagens embora considere ser mais importante respeitar os amigos, pais e professores do que saber...a "tabuada".
As frases apresentadas no post fazem parte integrante de um poema de Robert Fulghum que aconselho a ler

beijokense disse...

@Cristina Lares
É perfeitamente evidente no seu blogue o esforço que faz para "promover outro tipo de aprendizagens". Cumprimento-a por isso.

O facto de concordarmos que há valores básicos que as crianças deviam, em geral, interiorizar, não me inibe de criticar a escola (particularmente o ensino básico) por não ensinar a "tabuada" (ícone de um conjunto de conteúdos que foram desvalorizados). Sendo eu professor do ensino superior, deve imaginar o desgosto que sinto quando preciso de ensinar "contas" a alunos que não sabem a tabuada (sem aspas)!

Micas10 disse...

Não sendo educadora, parece-me que se trata da importância das "capacidades cognitivas" (tabuada, gramática, etc) versus as "capacidades não-cognitivas" (disciplina, motivação, colaboração, etc).
É isto ?
Parece uma discussão útil e interessante, mas em última instância, precisamos das duas coisas, o querer e o saber.
Precisamos de querer para saber.
Ninguém dispensa o saber nem o querer ao contratar um trabalhador, mesmo que seja para a tarefa mais simples.

Voltando ao provérbios:
"Quem não sabe, é como quem não vê", mas quem não quer saber está ainda pior.
Afinal, "Pode-se levar o cavalo à água, mas não se pode obrigá-lo a beber"...

beijokense disse...

Não, Micas10. Eu falava da diferença entre educação e instrução. A escola está demasiado focada na educação, na imposição de valores, e pouco nas competências ligadas ao conhecimento.

Carlos Baptista disse...

Beijokense, eu acho que não é nem em educação e instrução, mas sim, em percentagens de sucesso, infelizmente...

Cristina Lares disse...

Parece que me expressei mal, o que acontece muitas vezes é que passamos(escola) muito tempo a incutir e negociar regras(porque na maioria dos casos não existem em casa), e sem elas não se consegue um ambiente promotor de aprendizagens. Não sei se me fiz entender...
Mas claro como é evidente, acho que todos temos razão e as duas vertentes são importantes. Uma é o complemento da outra e não podem dissociar-se.

Anónimo disse...

O papel dos pais não pode ser excluido.

Micas10 disse...

Há que compatibilizar todas estas perspectivas:
1.Certamente a escola também tem a função de socializar, de ensinar e impor regras,especialmente as regras de trabalho escolar. Isso é tanto mais difícil, quanto as crianças tiveram falta de boas regras, de casa, da catequese, da própria comunidade ou aldeia. Até há um livro que diz que "It takes a village, to raise a child..."
2. Socializar é essencial, mas não suficiente: há que instruir, ensinar,formar capacidades. O menino tem que aprender a ler, escrever, contar, e ir adquirindo os conhecimentos e competências necessárias, para ele e para a economia.
Afinal são os contribuintes que pagam o grosso dos custos da escolarização, devem exigir resultados visiveis(value for money).
3. Antes e depois, é necessário medir, definir objectivos, testar. O que se mede, importa.
E Portugal continua atrasado, está agora ao nível da Turquia em percentagem da população com o 12º ano, que só agora se tornou obrigatório, só 100 anos depois da maioria dos outros países.
A Coreia do Sul, já nos passou à frente, e do Brasil, há muito tempo.
Provavelmente, os níveis de literacia da lusofonia são dos mais baixos dos grandes grupos linguísticos.

Se tivesse havido mais interesse em mostar trabalho e resultados mensuráveis há mais tempo, talvez Portugal não continuasse na cauda da Europa em termos de literacia e de aproveitamento escolar, como se viu em http://antoniopovinho.blogspot.com/2009/05/quem-le-mais-sabe-mais.html

Leitura, literacia, cidadania disse...

E se todos os lusófonos soubessem ler, e não fossem tão dependentes da simples oralidade, talvez houvesse menos divergência entre o Português escrito de Portugal e o Portugês falado dos outros países lusófonos.

E menos necessidade do acordo ortográfico.

beijokense disse...

@Literatura, &

Não me parece que a divergência tenha resultado da oralidade. A principal divergência não é ortográfica, é lexical e semântica. Por exemplo, se eu escrever:
«estou a fazer uma investigação sobre o impacto da formação profissional dos retalhistas na procura de produtos frescos», um brasileiro não fará a mínima ideia do que eu quero dizer.

Tradução para brasileiro:
investigação = pesquisa
formação = treinamento
retalhista = varejista
procura = demanda
AO = bobagem

beijokense disse...

@Micas10, sobre o "interesse em mostar trabalho e resultados mensuráveis", tire as suas ilações do comentário do Carlos Baptista...

E complemente com esta leitura:
«Ainda que os mentores desta nova reforma justifiquem terem as alterações sido em nome dos "interesses dos alunos", estes são, na verdade, suas vítimas porquanto iludidos por um sistema de facilidade que apaga o esforço, o espírito de sacrifício e a força de vontade, inerentes ao acto de aprender, criando-lhes a ilusão do êxito
Retirei de um livro sobre o ensino do Português, mas poderia ter sido sobre o ensino da Matemática ou de qualquer outra "matéria".

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