2010/05/30

Precisamos de voltar para a alimentação de tipo mediterrânico


"É preciso passar para uma alimentação de tipo mediterrânico" disse o médico David Servan-Schreiber numa entrevista à margem do III Congresso Ibérico de Medicina Antienvelhecimento, que teve lugar a 21 e 22-Maio-2010, em Cascais.
A entrevista, publicada no Público de 29-Maio, seria de leitura obrigatória para quem quer melhorar a saúde.

Em que consiste a dieta mediterrânica? Talvez sirva recordar a alimentação na aldeia nas décadas 50 ou 60. Eis as nove características comuns nas dietas dos países mediterrânicos que se pode e deve preservar:
  1. Abundância em alimentos de proveniência vegetal (batatas, cereais, legumes, hortaliças, frutos secos e frescos).
  2. Os alimentos eram comidos frescos, da época e da região, sem qualquer processamento químico. Os produtos hortofrutícolas eram muito importantes. Os legumes, as hortaliças, as ervas aromáticas, as frutas frescas, muito ricos em vitaminas, minerais e enzimas antioxidantes, e os frutos secos, ricos em ácidos gordos polinsaturados eram consumidos com regularidade.
  3. O consumo de margarina e manteiga era quase nula, sendo o azeite a principal gordura, e vinagre um dos principais tempêros.
  4. O consumo de leite, queijo, gelados e iogurtes era baixo.
  5. O consumo moderado de peixe (com gordura ómega-3), aves de capoeira e ovos - raramente se consumia mais de dois ovos por semana. Mesmo assim, era o peixe a principal fonte de proteínas na alimentação dos povos da orla mediterrânica, nomeadamente, a sardinha, a cavala e, mais tarde, o bacalhau seco.
  6. A principal sobremesa era a fruta fresca. Os bolos doces apareciam só em dias festivos, como o "arroz doce de casamento".
  7. O consumo de carne vermelha, de animais alimentados a pasto e não a ração, era muito limitado (só em pequenas porções e em épocas festivas), sendo a carne substituida por lentilhas ou feijão com arroz ou massa.
  8. O consumo de água como principal bebida (75% do nosso corpo é constituído por água).
  9. O consumo moderado de vinho tinto; a pele da uva contém substâncias anticancerígenas e a grainha da uva é muito rica em antocianinas (compostos químicos com propriedades antioxidantes superiores às vitaminas).

Serban-Schreiber aponta algumas coisas a evitar para reduzir o risco de cranco: Tabaco; Alcoól (sendo recomendado o vinho tinto em pequenas quantidades, que tem resveratrol, um ingrediente “anticancro” ); Acuçar (o consumo per capita de açúcares refinados passou praticamente de 8 para 80 kg/ano no último século) ; Farinhas brancas (no corpo, transformam-se imediatamente em açucar); certos químicos (como os que são libertados pelos plásticos duros em contacto com alimentos quentes); e o stress e o isolamento social.

Em compensação, recomenda: mais Actividade física, Exposição ao sol regular (para a vitamina D), a Dieta mediterrânica, e uma boa Rede social na comunidade.

O médico vai agora publicar um livro de receitas de cozinha. Talvez se lembre de incluir alguns dos nossos pratos tradicionais. A boa sopa portuguesa é um tesouro nacional, afinal.
Fonte: Público,

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