O impacto é total e por isso intolerável.
Beijoz ( ou Beijós, Carregal do Sal), dispõe de uma zona agrícola excelente, com extensos prados aolongo e ladeando a dita Ribeira, numa extensão de mais de 3 quilómetros. Só no perímetro de Beijoz são dezenas os açudes ou levadas, contruídas há séculos para
levar a água das ribeiras para esses prados e “regadas”. Um trabalho hercúleo dos nossos antepassados que urge respeitar ( que temos que respeitar) , defender e mesmo valorizar.
Por isso, esta poluição incompreensível da Ribeira, incompreensível por absolutamente evitável, fere profundamente os interesses legítimos da sua população atual. Destrói também a memória dos nossos antepassados que construíram aquele arrojado (e ecológico) sistema agrícola que fez de Beijoz “ O Celeiro ou Horto da Região”, talvez o mais amplo desta parte sul do distrito do Viseu.
Mas não é só Beijoz que sofre com esta poluição. São todos os cursos de água a jusante.
A Ribeira de Beijoz desagua no rio Dão, antes de Ferreiroz do Dão e da sua aprazível praia fluvial, mesmo ao lado da sua belíssima ponte romana. Senhores autarcas de Ferreiroz e de Tondela, não se importam com essa poluição? Está tudo bem ?
A seguir, tudo vai parar à Barragem da Aguieira, municípios de Santa Comba Dão, Mortágua, Tábua, Penacova e Vila Nova de Poiares. Senhores autarcas desses municípios, tudo bem ? Pode haver afluentes a descarregar água poluída para a Barragem da Aguieira nos encontros do rio Dão e do rio Mondego que continua tudo bem?
Não faz mal que a água desse grande lago e de todo o rio Mondego, a jusante, seja poluída?
E com as populações de Coimbra, Montemor-o-Velho e Figueira da Foz, tudo bem, também? Suportam bem esta poluição na água da torneira lá de casa, mesmo que bem diluída e invisível a olho nu?
Pois… olhos que não veem não pecam!
Poluída, a água que bebemos? Não pode ser! Será mesmo mentira!?
António Abrantes
(Economista)
Beijoz, 14.2.2022
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