A construção da estrada nova (nº337) da estação de comboio de Oliveirinha às Caldas de Sangemil (S. Gemil), no fim do século XIX transformou Beijoz e implicou muitas expropriações. A estrada cortou a direito pelo Lugar d'Além, o Terreiro e o Areal, retirando o adro à Capela de Nossa Senhora das Areias, e levando parte do souto das Carvalhas, o atual recinto de festas.
Uma estrada nova incomoda muita gente mas beneficia muito mais, sobretudo as gerações futuras. Resta-nos conhecer, agradecer o investimento e apreciar o que era viajar pelo Caminho Velho, ao longo do Ribeirinho, ou pela Ladeira da encosta do Calvário.
Diario do Governo D_0095_1899-04-28 página 1105
JUIZO DE DIREITO DA COMARCA DE SANTA COMBA DÃO
Pelo juizo de direito da comarca de Santa Comba Dão, e
cartorio do segundo officio, correm éditos de dez dias, citando todas as
pessoas que se julguem com direito aos terrenos expropriados, amigavelmente,
para a construção do lanço da estrada de serviço da estação de Oliveirinha ás
Caídas de S. Gemil. comprehendido entre Beijoz e as mesmas Caídas, no concelho
do Carregai, e que são os que se seguem:
Âo visconde de Trancoso, 2:486 metros quadrados de pinhal,
expropriados por 40/000 réis.~
(1º Maria
do Carmo da Costa de Macedo e Ornelas de Sequeira Reimão, 1ª viscondessa de
Trancoso * 1801; 3º Maria do Carmo Giraldes Barba Noronha e Brito,
11ª condessa dos Arcos e 3ª viscondessa de Trancoso * 1866 ); 4º D. José Manuel
de Noronha e Brito de Menezes de Alarcão, 12º conde dos Arcos * 1899)
A José Marques de Campos e mulher, 6 metros quadrados de
casa, por 9^000 réis.
A Francisco Tavares Coelho e mulher, 10 metros quadrados de
outra casa, por 24/000 réis.
A João da Costa Campos e mulher, 35 metros quadrados em duas
casas, por 95/000 réis.
A Antonio de Abrantes e mulher, 1 metro quadrado de casa,
por 1/500 réis.
A João Martins e mulher, 8 metros quadrados de casa, por
22/000 réis.
A Joaquina de Jesus, 27m2,6O de casa, por 125/000 réis.
A Antonio de Abreu da Gama e esposa, de Cannas de Senhorim,
150 metros quadrados de terreno de milho e 70 metros quadrados de outro, por
5o/000 réis.
A José Coelho do Amaral, 38 metros quadrados de terreno de
milho, por 17/000 réis.
A José Baptista de Sousa e mulher, 51 metros quadrados de
terreno de milho e 14ra2,50 de casa e releixo, por 119^000 réis.
A Margarida de Jesus Campos, 25 metros quadrados de terreno de milho, por 6/000 réis.
Ao padre Antonio da Costa Campos, 60 metros quadrados de
terra de horta, por 24/000 réis.
A Luiz do Amaral e mulher, 50 metros quadrados de horta, por
13/000 réis.
A D. Victoria da Costa Cabral, 78m2,80 em tres parcellas de
pomar, casa e quintal, por 100/000 réis.
À Maria de Campos Victoria, 14m2,70 do casa, por réis 80/000.
A D. Maria da Natividade, 3m2,60 de uma casa, por 42/500 réis.
A Francisco Bernardo de Loureiro, 16ra2,70 de casa, por
85/5000 róis.
A José de Abrantes Cortez e mulher, 12 metros quadrados de
casa, por 23/000 réis.
A Antonio de Abrantes Cortez e mulher, como representantes
de seus irmãos e cunhados Francisco, Josepha e Jacinto, ausentes, 36 metros
quadrados de uma casa, e por si proprios, 5 metros quadrados da mesma casa,
tudo por 87/500 réis.
A José da Costa Campos, 13 metros quadrados de uma casa, por
90/000 réis.
À Antonio da Silva e mulher, Ira2,30 de casa, por réis 15/000.
A D. Maria da Encarnação, 2m2,70 de uma casa, por 15/000
réis.
A Sebastião de Loureiro e Silva, 86m2,80 de casa, releixo e
forno, por 140/000 réis.
A Francisco Paes de Loureiro e mulher, 28a12,60 de terra de
milho, por 9/000 réis.
A Joaquim da Costa Campos, 52m2,60 de casa e releixo, por
105/1000 réis.
A João Luiz, l l m2,25 de duas casas fronteiras, por 45/000
réis.
A Antonio Peixoto e mulher, 17ra2,31 de casa e curral, por
20/000 réis.
A Antonio Paes de Loureiro, 35m2,45 de duas casas, por
65/000 réis.
A Francisco Paes de Loureiro (Novo) e mulher, 3'a2,8º de casa, por 12/000 réis.
A José de Figueiredo Loureiro e mulher, 13m2,30 de forno
e pateo, por 32/000 réis.
À Januario Cardoso, da Lageosa, como representante dos
herdeiros de José da Costa, de Beijoz, l ,u2,80 de uma casa arruinada, por
8/000 réis.
A Alexandre Fernandes e mulher, 112 metros quadrados de
terra de centeio com oliveiras, por 16/000 róis.
A José de Sousa e mulher, 161“2,69 de souto e vinha por
11/000 réis.
A Cesar de Sousa e mulher, 204m2,26 de souto e vinha, por
9/000 réis.
A Narciso Rodrigues Machado e mulher, sete parcelas de
terreno de milho, centeio, souto, vinha, mato e pinhal,, tudo com
2:089m2>63, pór 104/000 réis.
Á D. Maria da Encarnação Coelho e Moura, 234 '"’-,24
de souto, por 16/000 réis.
(casada com Albino Pereira d'Almeida e Castro e mãe de Arnaldo
de Castro que nos anos 1940’s doou o restante souto de carvalhas à Junta de
Freguesia para recinto de festas )
A José Baptista de Sousa e mulher, 198 metros quadrados de
pinhal, por 7/500 réis.
A Alexandre Cardoso de Pina e mulher, 257m2,46 de pinhal, por 7/500 réis.
A Daniel Coelho de Moura e mulher, 191,n2,04 de souto e pinhal, por 10/000 réis.
A José Coelho do Amaral, tres fachas de vinha, centeio e
pinhal, tudo com a area de 528m2,08, por 20/700 réis.
A Antonio Marques da Costa Carvalhal e mulher, 459m2,06 de
terra de centeio e vinha, com castanheiros e duas oliveiras, por 21/000 róis.
Ao. abbade Antonio Coelho Monteiro Machado, 162 metros de
terreno de centeio e pinhal, por 6/000 réis.
À Agostinho Paes e mulher, 52m2,25 de terra de centeio, por
4/000 réis.
A Antonio Paes Novo e mulher, 33m2,37 de terra de centeio, por 3/000 réis.
A Sebastião de Loureiro e Silva, 327m2,98 de terra de centeio e pinhal, por 3/500 réis.
A José da Silva e mulher, 300n,2,70 de vinha, por 6/000
réis.
A Margarida da.Silva, 347m2,89 de terreno de vinha, qor
3/500 réis.
A Germano de Sousa e mulher, 103ra2,14 de vinha e mato, por 7/000 réis.
A Maria da Annunciação, 20 metros quadrados de vinha, um
castanheiro e uma oliveira, por 2/000 réis.
A João Luiz, 631m2,48 em duas fachas de milho e videiras,
por 60/000 réis.
E a Antonio Mendes e mulher, duas fachas de terreno de
milho com videiras, com a area de 23Ira2,27, por réis 35/000.
Os citados devem vir deduzir o seu direito no praso dós éditos,
a contar do segundo annuncio, sob pena de se julgaram livres e desembaraçados
os alludidos terrenos, ccomo taes serem adjudicados á expropriante, e as
quantias referidas entregues aos referidos expropriados.
Santa Comba Dão, 21 de abril de 1899. = O escrivão,,
José Antonio Gomes Paes.
Verifiquei. = Fonseca.
Juizo de direito da comarca de Santa Comba Dão, éditos
citando todas as pessoas que se julgarem com direito a diversos terrenos,
expropriados para construcçào do lanço da estrada de serviço da estação de
Oliveirinha ás Caídas de S. Gemil, entre Beijoz e ás mesmas Caídas, e do
lanço da estrada districtal n.° 79, entre Villa Moinhos e a Portella de
Mortasel.
A estrada nova 337 foi um bom investimento público!
ResponderEliminarA nossa estrada 337!
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