Mais de duzentas pessoas de vários pontos de país prestaram ontem homenagem a Aristides de Sousa Mendes, durante o “Comboio da Boa Vontade”, noticiou o diário Destak . Ao início da tarde, escuteiros, alunos de escolas e membros de várias associações chegaram de comboio à estação de Oliveirinha e, depois de um “convívio de gerações”, iniciaram a “marcha da paz”.
Levando sete oliveiras, caminharam durante mais de uma hora até à Casa do Passal, em Cabanas de Viriato, onde Aristides de Sousa Mendes viveu e recebeu dezenas de refugiados.
“É uma iniciativa muito importante e mostra o envolvimento das pessoas de várias cidades do país pelo Aristides de Sousa Mendes, pela ação dele”, considerou à agência Lusa Álvaro de Sousa Mendes, neto do cônsul, mostrando-se “muito sensibilizado e feliz” com a adesão.
As sete oliveiras foram plantadas frente à Casa do Passal (monumento nacional), ficando a aguardar que esta venha um dia a ser requalificada para serem mudadas para as traseiras.
Álvaro de Sousa Mendes fez votos para que a iniciativa chame a atenção para o estado degradado em que se encontra o edifício, que gostaria de ver transformado numa casa museu e num centro de direitos humanos.
“A fundação sozinha não pode fazer nada, precisamos de todos. Precisamos de dinheiro, de boas vontades, de mecenas, de toda uma cadeia, câmaras municipais, IGESPAR, Direcção Regional da Cultura”, frisou.
Luís Fidalgo, vice-presidente da câmara de Carregal do Sal e administrador da Fundação Aristides de Sousa Mendes, explicou que o “Comboio da Boa Vontade” liga “a valorização do interior e do seu património com a figura do Aristides de Sousa Mendes”.
Admitiu que “qualquer pessoa que chega a Cabanas de Viriato e se depara com a casa em ruína fica muito desagradavelmente surpreendido”.
Na sua opinião, a casa “significa os valores que Aristides de Sousa Mendes sempre defendeu - da paz, da humanidade - que hoje são preponderantes” e que devem ser recuperados para a sociedade, “sobretudo para os jovens e para as escolas”.
Filomena Pereira explicou que a sua escola, a secundária de Caneças, decidiu participar depois de o neto de Aristides de Sousa Mendes lá ter ido dar a conhecer um pouco da vida do avô.
“Muita gente não sabia quem era, nem tinha noção”, admitiu, sublinhando o “exemplo de boa vontade” que foi Aristides de Sousa Mendes, mesmo que isso tivesse prejudicado a sua vida pessoal e pública.
Luciana Gomes, da Associação Frei Fabiano de Cristo, de Lisboa, já conhecia a “história fantástica” do herói português e “não podia deixar de participar” na homenagem.
Referiu ser importante “divulgar o que um homem é capaz de fazer quando tem amor ao próximo no coração”, para “estimular o que há de bom” dentro das pessoas.
“Temos de ver a luz no fim do túnel. Ele conseguiu ver essa luz e distribui-la para mais de 30 mil pessoas”, sublinhou, acrescentando ser importante que cada um faça a sua parte, “nem que seja bem pequenininha”.
A iniciativa foi organizada pela Confederação Portuguesa do Voluntariado, em parceria com a sua confederada Rede ANIMAR – Associação Portuguesa para o Desenvolvimento Local, e insere-se nas comemorações do Ano Europeu do Voluntariado.
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Homenagem a Aristides de Sousa Mendes
2011/05/08
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