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Crise - Será que é possível viver sem dinheiro?

2012/03/06
Viver sem dinheiro afinal é possível. Pelo menos para Mark Boyle, economista e ex-empresário que optou pelo ‘back to basics’.

Será que é possível viver sem dinheiro neste mundo consumista onde tudo (ou quase tudo) parece ter um preço? Não parece real que alguém viva sem dinheiro. "Isso é impossível" dirá o leitor mais céptico. O certo é que Mark Boyle, economista e antigo empresário, vive há três anos "sem ver a cor do dinheiro."

Foi uma opção. Estudada. Dia 29 de Novembro de 2008, Mark Boyle virou costas aos hábitos de vida dos nossos dias e embarcou numa viagem comandada pela auto-suficiência, pelas trocas directas, pela casa de banho de compostagem, pela pasta de dentes de choco e por um mundo de iguarias sazonais onde até a solidão foi (recentemente) trocada pela companhia de quem partilha o mesmo estilo de vida. Ao estilo "amor e uma caravana", Boyle vive numa quinta em Bristol, Inglaterra, sem mexer num tostão.

Porquê sem dinheiro?
"O dinheiro é um pouco de amor. Passamos toda a nossa vida atrás dele, contudo, apenas alguns de nós compreendem o que ele é realmente". É nestes termos que Boyle justifica a sua opção. E responde depois à questão que se impõe: é difícil?

"Percorrer o caminho de uma vida sem dinheiro é como percorrer uma floresta virgem a meio da noite sem lanterna. (...) Não fazemos ideia do que está à nossa frente ou o quanto devemos caminhar. Todavia caminhamos. Inevitavelmente, tropeçamos, caímos, magoamo-nos, mas levantamo-nos de novo. (...)" escreve Boyle em "O Homem sem Dinheiro", obra recém lançada em Portugal. Segundo o autor, o livro "é um esboço do mapa da floresta. A vida sem dinheiro é uma aventura. E, tal como qualquer aventura, é preciso, de tempos a tempos, deixar o mapa de lado e ver onde o caminho vai dar", diz.

Fundador do Freeconomy, movimento que ajuda as pessoas a relacionarem-se nas comunidades locais através do simples acto de partilha, Boyle tem cada vez mais seguidores por todo o mundo. Só na sua página na web (justfortheloveofit.org) são mais de 30 mil.

Sempre com um grande sentido de humor, Mark Boyle participou via telefónica no programa do ETV "Ideias em Estante" dedicado ao tema "Vida: Como nos podemos reinventar". O convidado foi Manuel Forjaz, consultor e amigo do autor (fomos nós que telefonamos; o autor tem telefone apenas para receber chamadas; carrega-o com luz solar).

Confessando que "nunca foi mais feliz", Mark Boyle não nega que sente falta de algumas coisas que o mundo do dinheiro lhe proporcionava. "Ir até a um ‘pub'" é algo de que este Irlandês sente falta!"

Apesar do seu caso não ser novo, o lançamento do seu livro este mês em Portugal e a conjuntura económica e ambiental do mundo levam a pensar no tema.

Pensamentos Finais
"Estamos num ponto crucial da história. Não podemos ter carros velozes, computadores do tamanho de cartões de crédito e outros aparelhos modernos e em simultâneo dispor de ar puro, florestas abundantes, água potável fresca e um clima estável. Esta geração pode ter uma coisa ou outra, mas não ambas. A humanidade tem de fazer uma escolha. Ambas têm um preço. Parafernália ou natureza? Se se fizer a escolha errada, a próxima geração pode vir a não ter escolha", pode ler-se no livro de Boyle.

Fonte: http://economico.sapo.pt/noticias/sera-mesmo-que-e-possivel-viver-sem-dinheiro_137918.html

7 Comentários:

Anónimo disse...

Santos:
Muito bom!

consumidor disse...

Temos mesmo que optar entre dinheiro e ar puro / florestas abundantes?
hummmm

Florestas abundantes não é mau...
mas...

Anónimo disse...

O tempo da permuta,foi usado a cerca 3000 anos.
O vil metal veio facilitar as transacoes.
O tempo corre, e, nao volta para traz!...
Isso desejava eu!...
O impossivel...
Nunca mais.
Os espertalhoes, com canudos ou sem eles, levao o inculto a certa.
O esperto vive do sonso e o sonso do seu trabalho. Espertos!...

Anónimo disse...

Viveu-se muito tempo a fugir aos impostos.
Esperteza era não declarar o que se ganhava

Anónimo disse...

A culpa nao e de quem foje ao fisco.
Mas!...
Das incompetencias,e,corruptos,afilhados,admitidos ao servico do publico.
E so assistir aos noticiarios de Portugal.
Pais a onde a justica deixa muito a desejar.
Cada qual tem o que merece.

Anónimo disse...

Ai a culpa não é de quem foge, ou melhor fugiu ao fisco?
Então onde estão os "empresários" de vários ramos que os filhos tinham subsidios na escola porque declaravam às finanças o minimo.
No entanto andam com bons carros etc.etc.
A culpa não é só dos admitidos ao serviço público.

Anónimo disse...

Anonimo; Vivo numa terra, que quando aterrei, fui logo informado, destes, que se nao podia fugir, ou desculpar,a morte e os impostos.
Hoje pago impostos,e, sinto-me satisfeito por pagar.
O unico que me ferrou ocalote neste pais,foi
o consulado de Portugal.5020 "EUROS".
Foi quanto o tribunal me deu.Depois:
Apresentaram a imunidade consular.
E o Portugal que tive-mos, que temos e teremos.

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