Fala-se de crescimento económico quando há crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) entre dois períodos de tempo, em regra, um ano.
O PIB de um país é a soma dos valores das seguintes
parcelas: Consumo das familias, Investimento privado (empresas e
famílias), Despesas correntes ou de
capital do Estado (todo o sector público)
e ainda Exportações líquidas
(exportações menos importações).
Ou seja, o Estado quer cobrar mais impostos mas pode acabar
por receber menos.
Concluem então esses economistas liberais que, para promover
o crescimento, é importante reduzir os
impostos das grandes e médias empresas ou das pessoas de rendimentos mais
elevados para que se sintam motivados a fazer mais investimentos e aumentar os
seus ganhos depois de tributados.
Acreditam que a poupança dos mais ricos, vai traduzir-se
(infalivelmente) em investimentos privados indo algum rendimento, tipo gota a
gota, parar às mãos dos trabalhadores.
Estas políticas de promoção do crescimento, através da
redução fiscal sobre os mais ricos, como foram
executadas por Reagan, na América nos anos 80, ficaram conhecidas por
“crescimento económico gota a gota” (Stiglitz, J.
“Os Loucos anos 90”, P. 351, Terramar). O resultado, como era de prever,
foi tornar os ricos mais ricos e os pobres mais pobres e com menos benefícios
sociais e serviços públicos por aperto orçamental, enquanto o défice das contas
públicas disparava.
A mesma lógica levou à diminuição recente (dezembro 2013)
dos impostos sobre os lucros (IRC) em Portugal, em particular a pagar pelas
grandes e médias empresas.
E era essa, também, a
lógica do aumento da TSU (setembro de 2012) sobre os trabalhadores e redução da
TSU a pagar pelas empresas que o atual governo queria aplicar (recuou, teve
medo...) seguindo essas “ideias geniais”que supunham que as empresas, recebendo
essas “benesses” iriam logo transformar em investimentos, independentemente das
expectativas das suas vendas que andavam (e continuam) pelas ruas da amargura
por falta de “pilim” nas mãos dos potenciais clientes.
O que eles pretendem, os economistas e políticos liberais
conservadores, é um “crescimento económico gota a gota”, ou seja “ vamos
dar aos ricos que estes, depois, vão fazer chegar umas gotas ou migalhas aos
pobres” .
Na realidade, até pode acontecer que o PIB cresça umas
décimas percentuais para gáudio e “descoberta de milagres” por esses
economistas e políticos bem instalados.
Mas o que é garantido sim, é o aumento da pobreza de faixas
cada vez maiores da população portuguesa, o aumento do recurso á caridade para
sobreviver e o cavar mais fundo do fosso, escandaloso desde há muito, entre
ricos e pobres em Portugal.
Para esses “experts” tudo isso é normal. É uma consequência
do funcionamento dos mercados “livres, eficientes, com um mínimo de
regulamentação e de intervenção estatal” apenas guiados pela famosa “mão
invisível” de Adam Smith.
António Abrantes
3 Comentários:
Já que o António assina como economista, eventualmente para apresentar algum apoio científico à sua opinião, eu contraponho com a visão de um professor de economia de Harvard:
http://gregmankiw.blogspot.pt/2006/05/corporate-tax-rates.html
Taxar as empresas e taxar os ricos são coisas bastante diferentes. O alvo deveriam ser os ricos, mas não é tão simples como parece...
Se eu em vez de receber duzentos e poucos euros de reforma, recebesse o mesmo de reforma que recebe o sr economista, também falava de barriga cheia...
EDP foi engatar um Baba, para tomar conta da luz em Portugal.
As bancas estao todos falidos.
que economistas se fabricam neste pais!...O proprio governo anda com baloes de oxigenio.Se lho tiram. Os pulmoes deixam de trabalhar., para onde vais.
Enviar um comentário