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Casa de brasileiro Arnaldo de Castro tem histórias

2023/04/27
Beijoz é uma aldeia agrícola com 3000 anos de história.  Os vestígios arqueológicos podem ser vistos no Museu Municipal de Carregal do Sal. Outros vestígios como a estrada antiga foram cobertos de alcatrão 

Mas os vestígios mais recentes estão ainda bem patentes, especialmente na via principal rua Abade Pais Pinto que foi modernizada e alargada no final do século XIX para ligar a estação do comboio em Oliveirinha às termas de Sangemil.  Uma das casas mais vistosas  é a casa de Arnaldo Pereira Alvares de Castro em Beijós, uma típica "Casa de Brasileiro",  construída no século XIX "à moda antiga" por um emigrante beijosense bem sucedido no Brasil. 

A casa tem uma grande frente de tom amarelo, um espaço de capela e um pequeno quintal nas traseiras. 
Arnaldo e as suas filhas passaram férias em Beijós alguns anos. A casa foi vendida a outra família e está de novo à venda. Bem merecia ser restaurada.  

Uma publicação da CM-Carregal diz que Arnaldo de Castro diz que Arnaldo de Castro emigrou para o Brasil em 1885, mas o nosso blog tem a informação  mais correta.  

Arnaldo de Castro foi um benemérito e doou o terreno das Carvalhas ao lado da escola para recinto de festas da aldeia.  O Parque Arnaldo de Castro é uma linda "sala de visitas" onde fazemos a sardinhada na noite de SJoao e recebemos visitantes, especialmente no verão. 

"Arnaldo Pereira Álvares de Castro nasceu em Beijós em Janeiro de 1885. Foi baptizado no mês seguinte, tendo por padrinhos o Dr. José de Sousa Mendes, na altura Administrador do Concelho de Tondela, e sua mulher D. Maria Angelina Ribeiro de Abranches.
Arnaldo era filho de Albino Pereira d'Almeida e Castro e de Maria da Encarnação Coelho de Moura (sogros de Leão Coelho do Amaral). Neto paterno de João Pereira Álvares de Castro (Juiz de Paz em Cabanas?)  e materno de Diogo Coelho de Moura". 
Para além de ser afilhado dos pais dos gémeos, Arnaldo de Castro poderia ser primo através dos Coelho do avô deles Silverio Coelho Paes do Amaral. 

Avò João Alvares de Castro Juiz de Paz em Cabanas https://antoniopovinho.blogspot.com/2007/02/distrito-de-cabanas.html

Em relação ao parentesco:
Arnaldo não descende do Silvério. O parentesco mais próximo entre ambos é através do casal Tomásia Coelho de Moura e José Fernandes de Abrantes Pexim. São trisavós do Arnaldo e tetravós do Aristides. Ver quem é Tomásia aqui: https://antoniopovinho.blogspot.com/2007/11/carta-de-legitimao.html

Citam-se os expropriados de Beijoz, circa 1899

2022/12/18

A construção da estrada nova (nº337)  da estação de comboio de Oliveirinha às Caldas de Sangemil (S. Gemil), no fim do século XIX transformou Beijoz e implicou muitas expropriações. A estrada cortou a direito pelo Lugar d'Além, o Terreiro e o Areal, retirando o adro à Capela de Nossa Senhora das Areias, e levando parte do souto das Carvalhas, o atual recinto de festas.  

Uma estrada nova incomoda muita gente mas beneficia muito mais, sobretudo as gerações futuras. Resta-nos conhecer, agradecer o investimento e apreciar o que era viajar pelo Caminho Velho, ao longo do Ribeirinho, ou pela Ladeira da encosta do Calvário.  


Diario do Governo D_0095_1899-04-28  página 1105

JUIZO DE DIREITO DA COMARCA DE SANTA COMBA DÃO

Pelo juizo de direito da comarca de Santa Comba Dão, e cartorio do segundo officio, correm éditos de dez dias, citando todas as pessoas que se julguem com direito aos terrenos expropriados, amigavelmente, para a construção do lanço da estrada de serviço da estação de Oliveirinha ás Caídas de S. Gemil. comprehendido entre Beijoz e as mesmas Caídas, no concelho do Carregai, e que são os que se seguem:

Âo visconde de Trancoso, 2:486 metros quadrados de pinhal, expropriados por 40/000 réis.~

(1º Maria do Carmo da Costa de Macedo e Ornelas de Sequeira Reimão, 1ª viscondessa de Trancoso * 1801;  3º  Maria do Carmo Giraldes Barba Noronha e Brito, 11ª condessa dos Arcos e 3ª viscondessa de Trancoso * 1866 ); 4º D. José Manuel de Noronha e Brito de Menezes de Alarcão, 12º conde dos Arcos * 1899)

A José Marques de Campos e mulher, 6 metros quadrados de casa, por 9^000 réis.

A Francisco Tavares Coelho e mulher, 10 metros quadrados de outra casa, por 24/000 réis.

A João da Costa Campos e mulher, 35 metros quadrados em duas casas, por 95/000 réis.

A Antonio de Abrantes e mulher, 1 metro quadrado de casa, por 1/500 réis.

A João Martins e mulher, 8 metros quadrados de casa, por 22/000 réis.

A Joaquina de Jesus, 27m2,6O de casa, por 125/000 réis.

A Antonio de Abreu da Gama e esposa, de Cannas de Senhorim, 150 metros quadrados de terreno de milho e 70 metros quadrados de outro, por 5o/000 réis.

A José Coelho do Amaral, 38 metros quadrados de terreno de milho, por 17/000 réis.

A José Baptista de Sousa e mulher, 51 metros quadrados de terreno de milho e 14ra2,50 de casa e releixo, por 119^000 réis.

A Margarida de Jesus Campos, 25 metros quadrados  de terreno de milho, por 6/000 réis.

Ao padre Antonio da Costa Campos, 60 metros quadrados de terra de horta, por 24/000 réis.

A Luiz do Amaral e mulher, 50 metros quadrados de horta, por 13/000 réis.

A D. Victoria da Costa Cabral, 78m2,80 em tres parcellas de pomar, casa e quintal, por 100/000 réis.

À Maria de Campos Victoria, 14m2,70 do casa, por réis 80/000.

A D. Maria da Natividade, 3m2,60 de uma casa, por  42/500 réis.

A Francisco Bernardo de Loureiro, 16ra2,70 de casa, por 85/5000 róis.

A José de Abrantes Cortez e mulher, 12 metros quadrados de casa, por 23/000 réis.

A Antonio de Abrantes Cortez e mulher, como representantes de seus irmãos e cunhados Francisco, Josepha e Jacinto, ausentes, 36 metros quadrados de uma casa, e por si proprios, 5 metros quadrados da mesma casa, tudo por 87/500 réis.

A José da Costa Campos, 13 metros quadrados de uma casa, por 90/000 réis.

À Antonio da Silva e mulher, Ira2,30 de casa, por réis 15/000.

A D. Maria da Encarnação, 2m2,70 de uma casa, por 15/000 réis.

A Sebastião de Loureiro e Silva, 86m2,80 de casa, releixo e forno, por 140/000 réis.

A Francisco Paes de Loureiro e mulher, 28a12,60 de terra de milho, por 9/000 réis.

A Joaquim da Costa Campos, 52m2,60 de casa e releixo, por 105/1000 réis.

A João Luiz, l l m2,25 de duas casas fronteiras, por 45/000 réis.

A Antonio Peixoto e mulher, 17ra2,31 de casa e curral, por 20/000 réis.

A Antonio Paes de Loureiro, 35m2,45 de duas casas, por 65/000 réis.

A Francisco Paes de Loureiro (Novo) e mulher, 3'a2,8º  de casa, por 12/000 réis.

A José de Figueiredo Loureiro e mulher, 13m2,30 de forno e pateo, por 32/000 réis.

À Januario Cardoso, da Lageosa, como representante dos herdeiros de José da Costa, de Beijoz, l ,u2,80 de uma casa arruinada, por 8/000 réis.

A Alexandre Fernandes e mulher, 112 metros quadrados de terra de centeio com oliveiras, por 16/000 róis.

A José de Sousa e mulher, 161“2,69 de souto e vinha por 11/000 réis.

A Cesar de Sousa e mulher, 204m2,26 de souto e vinha, por 9/000 réis.

A Narciso Rodrigues Machado e mulher, sete parcelas de terreno de milho, centeio, souto, vinha, mato e pinhal,, tudo com 2:089m2>63, pór 104/000 réis.

Á D. Maria da Encarnação Coelho e Moura, 234 '"’-,24 de souto, por 16/000 réis.

(casada com Albino Pereira d'Almeida e Castro e mãe de Arnaldo de Castro que nos anos 1940’s doou o restante souto de carvalhas à Junta de Freguesia para recinto de festas  )

A José Baptista de Sousa e mulher, 198 metros quadrados de pinhal, por 7/500 réis.

A Alexandre Cardoso de Pina e mulher, 257m2,46 de pinhal, por 7/500 réis.

A Daniel Coelho de Moura e mulher, 191,n2,04 de souto e pinhal, por 10/000 réis.

A José Coelho do Amaral, tres fachas de vinha, centeio e pinhal, tudo com a area de 528m2,08, por 20/700 réis.

A Antonio Marques da Costa Carvalhal e mulher, 459m2,06 de terra de centeio e vinha, com castanheiros e duas oliveiras, por 21/000 róis.

Ao. abbade Antonio Coelho Monteiro Machado, 162 metros de terreno de centeio e pinhal, por 6/000 réis.

À Agostinho Paes e mulher, 52m2,25 de terra de centeio, por 4/000 réis.

A Antonio Paes Novo e mulher, 33m2,37 de terra de centeio, por 3/000 réis.

A Sebastião de Loureiro e Silva, 327m2,98 de terra de centeio e pinhal, por 3/500 réis.

A José da Silva e mulher, 300n,2,70 de vinha, por 6/000 réis.

A Margarida da.Silva, 347m2,89 de terreno de vinha, qor 3/500 réis.

A Germano de Sousa e mulher, 103ra2,14 de vinha e mato, por 7/000 réis.

A Maria da Annunciação, 20 metros quadrados de vinha, um castanheiro e uma oliveira, por 2/000 réis.

A João Luiz, 631m2,48 em duas fachas de milho e videiras, por 60/000 réis.

E a Antonio Mendes e mulher, duas fachas de terreno de milho com videiras, com a area de 23Ira2,27, por réis 35/000.

Os citados devem vir deduzir o seu direito no praso dós éditos, a contar do segundo annuncio, sob pena de se julgaram livres e desembaraçados os alludidos terrenos, ccomo taes serem adjudicados á expropriante, e as quantias referidas entregues aos referidos expropriados.

Santa Comba Dão, 21 de abril de 1899. = O escrivão,,

José Antonio Gomes Paes.  

Verifiquei. = Fonseca.

Juizo de direito da comarca de Santa Comba Dão, éditos citando todas as pessoas que se julgarem com direito a diversos terrenos, expropriados para construcçào do lanço da estrada de serviço da estação de Oliveirinha ás Caídas de S. Gemil, entre Beijoz e ás mesmas Caídas, e do lanço da estrada districtal n.° 79, entre Villa Moinhos e a Portella de Mortasel.


Salvar a Ribeira de Beijós dos abusos do poluidor

2014/07/20
Esperamos que o Serviço de Proteção da Natureza e do Ambiente,  também conhecido por GNR Verde -SEPNA, cuja missão é zelar pelo cumprimento da legislação ambiental, identifique rapidamente os culpados deste evidente crime ecológico na Ribeira de Beijós, Carregal do Sal.  

A Ribeira de Beijós é o principal curso de água a atravessar a aldeia, e do qual depende economicamente a maior parte da população desta  Aldeia que Trabalha, sobretudo na agricultura.  

A queda de água do Poço da Relva, onde os rapazes se refrescavam antigamente, hoje domingo mais parecia uma gigante máquina de lavar roupa, tanta era a espuma.    

A aldeia histórica de Beijós existe há mais de 3.000 anos, precisamente pela sustentabilidade dos nossos ribeiros e prados.  Os vizinhos agora suspeitam que tenham sido feitas descargas em alguma fábrica, provavelmente no município de Nelas que nos fica a montante. Já não é a primeira vez. 

Vamos fazer para que seja a última. Aguardamos a tomada de medidas imediatas, no Carregal e em Nelas, onde quer que esteja a origem, para estancar e inverter esta poluição. 
SOS  ambiente e território – 808 200 520 (24 horas)

Beijós era um oásis

2014/07/10
«Está situado o dito lugar de Beijós num vale entre um Ribeiro (...) o qual usam os moradores para regarem os frutos, (...) chama-se o Ribeiro da Azenha;
outra (...) principya por cima dos Moinhos de Travassos entre Carvalhal e Algeraz (...) tem uma ponte de pedra de cantaria, e pela parte de cima (...) um Lagar de Azeite e uns Moinhos, e outros Moinhos pela parte de baixo;
tem mais outra ribeira (...) tem também sua ponte de pedra de cantaria e dois Lagares de Azeite e uns Moinhos;
ambas estas ribeiras deixam de correr no Verão, mas sempre fertelizam as terras com as suas águas que os moradores costumam empresar (...);
estas duas ribeiras se juntam com o dito Ribeiro da Azenha logo por baixo deste lugar [de Beijós] e todos três entram no Rio Dão junto a Ferreirós que fica daqui distância de uma légua, tendo nesta distância mais outro Lagar de Azeite e vários Moinhos».

Agora deixam-nos neste estado a ribeira que principia entre Carvalhal e Algeraz e querem arrasar os sítios onde ainda se poderia guardar a memória dos moinhos.
Vamos ficar de braços cruzados?

Um pequeno gesto. Uma assinatura para a vida

2014/06/22
Esta frase vem num artigo interessante de Fausto Coutinho, jornalista, inserido no Diário Económico de 19 Junho 2014.

Diz-se aí que “ao longo destes anos, a coragem do cônsul português em Bordéus, nunca teve o reconhecimento devido ...”  . Em países como os EUA e Israel muitos têm tentado impedir que o nome de Aristides caia no esquecimento mas que o Estado português, por estranho que pareça, pouco tem feito para perpetuar a memória de Aristides de Sousa Mendes.

Essa “incompreensível negligência” tem-se reflectido, também, na “deficiente preservação do património construido” (Casa do Passal) e na “persistente ignorância do património cultural e tradicional”.

Passaram 60 anos sobre a morte de Aristides de Sousa Mendes, mas a Casa do Passal, que devia ser um marco físico da sua memória e um centro de divulgação dos valores humanitários desse pequeno/grande gesto,  continua em ruínas.

As obras começaram, valha-nos isso.  O projecto parece ainda tímido e incompleto mas começou.

Apesar do que se perdeu quanto ao interior da casa, devido a quase 20 anos de abandono, desleixo e desinteresse de alguns, finalmente estão a fazer alguma coisa para uma recuperação. Condigna ou não, estamos para ver.

Várias foram as teorias que ajudaram a perpetuar esse abandono.

Teorias estapafúrdias do tipo, “a Casa do Passal em ruínas é a melhor forma de lembrar o acto humanitário de Sousa Mendes” ou que “não há dinheiro”, não obstante as várias ofertas ou promessas de ofertas que esbarraram sempre na falta de vontade dos responsáveis da Fundação e da Câmara Municipal de Carregal do Sal em desenvolver qualquer projecto de recuperação da casa apesar de frequentemente se lamentarem da “vergonha” da ruina.

Mas ainda bem que se iniciou a recuperação. Que seja o início de um bom projecto de museu, casa museu ou aquilo que se quiser mas que seja uma justa homenagem a Sousa Mendes, um polo de conhecimento e de divulgação dos valores humanitários do seu acto heróico contra os tiranos e ditadores de cá e de lá, de ontem e de amanhã.

Os valores  que levaram Sousa Mendes a emitir milhares de vistos, em poucos dias, contrariando ordens iníquas, desobedecendo corajosamente, arriscando a sua vida e a dos seus, não são coisa do passado. São valores de sempre, valores que devem nortear as gerações actuais e futuras, aqui e em qualquer lugar.

António Abrantes

Fonte:  http://economico.sapo.pt/noticias/um-pequeno-gesto_195754.html 
Desde a celebre foto de 2003 acima, o Beijoz XXI acompanha a situação da Casa do Passal desde 2005    http://antoniopovinho.blogspot.pt/2005/10/cabanas-de-viriato-e-casa-do-passal.html
e 2007 http://amigosdesousamendes.blogspot.pt/2007/01/museu-sousa-mendes-pendente-de.html

A lenda de Beijós

2014/06/21
No programa Histórias Assim Mesmo, da Antena 1, são contadas pequenas histórias e lendas sobre aldeias, vilas e cidades do nosso país. Na edição de 18 de junho, foi contada a lenda de Beijós. Ora oiçam.

Feira Semanal Durante Todo O Dia, 25 De Abril

2014/04/23
Feira Semanal Durante Todo O Dia, 25 De Abril

Celebrar os valores do  25 de Abril  e promover o comércio local na feira municipal de Carregal do Sal durante todo o dia de 25-Abril 

Data:  sexta-feira, 25 de abril 2014 todo o dia 
Local:  Recinto da Feira dos Carvalhais, entre Cabanas de Viriato e Oliveirinha 

Esta iniciativa pretende assinalar  o dia da Liberdade e democracia, a par das cerimónias oficiais dos 40 anos do 25 de Abril e da Tarde Cultural   e promover o comércio local
Os feirantes acederam ao desafio e na próxima sexta-feira vão estar de tendas e barracas montadas durante todo o dia, na Feira dos Carvalhais.

Aniversário de casamento em Beijoz

2013/02/19

A 18 de fevereiro de 1909

Aristides  de  Sousa  Mendes

casou com sua prima

Angelina  de  Sousa  Mendes

na fregresia de Beijoz.  


Angelina e os seus dois primeiros filhos nasceram em Beijoz. 

Ao lado, ver detalhe de um altar lateral da
Igreja  de Beijoz

Nelas ou Santa Comba? Talvez Viseu...

2012/11/05
Em 5 de Maio de 1843 deu entrada na Câmara dos Deputados um requerimento da Câmara Municipal de Canas de Senhorim «pedindo a sua anexação ao concelho de Senhorim, ou que lhe seja anexada a freguesia de Beijós, do concelho do Carregal. A Câmara demonstra com toda a evidência a necessidade duma destas coisas; por isso que o concelho tal qual se acha nem pode fazer face às despesas indispensáveis, nem tem cidadãos habilitados para os cargos municipais e paroquiais, e tendo mais desejo que se anexe ao concelho a freguesia de Beijós; é tal a convicção que têm os vereadores, que não obtendo esta anexação se sujeitam a ser o concelho anexado ao de Senhorim, com o qual estão em imediato contacto».

Bem, o resultado imediato já foi aqui divulgado. Os beijosenses mostraram-se contra a mudança do Carregal para Canas e os canenses desistiram da ideia, optando por propor a fusão com Senhorim. E a nossa integração não passou de um Sonhorim.

Volvidos 170 anos, surge uma proposta da mesma natureza, não ao nível admnistrativo, mas ao nível judiciário: o Governo propõe-se decretar que Beijós (i.e. todo o concelho do Carregal) deixe de pertencer à área territorial da instância local(*) de Santa Comba e passe a pertencer à de Nelas. Aparentemente, esta proposta decorre da falta de população suficiente no município de Nelas para justificar a existência da respectiva instância.
Para os beijosenses, poderá haver uma preferência por Nelas ou Santa Comba, como havia até há pouco tempo pelas estações do serviço Intercidades. Quanto aos pardieirenses, não sei se mantêm a sua preferência por Viseu...


(*) Trata-se de instância local do Tribunal Judicial da Comarca de Viseu. Estas instâncias têm competências genéricas de inquérito, instrução, julgamento, execução que não estejam atribuídas a secções especializadas da instância central (Viseu). Carregal mantém a sede do Julgado de Paz de Carregal do Sal, Mangualde e Nelas.

P.S. Houve uma discussão entre os autores deste blogue sobre o sistema de comentários. Eu sou um dos autores que propuseram alterações. Não tendo havido consenso sobre as propostas de alteração feitas por vários autores, manter-se-á o sistema em vigor, nativo do Blogger/ Google. Dentro das limitações deste sistema, decidi, ao abrigo dos estatutos, ocultar todos os comentários anónimos que venham a ser feitos em posts escritos por mim a partir desta data. Agradeço a vossa compreensão.

Cada vez mais fácil votar com os pés

2012/10/23
Cada vez mais indignados e apertados com a crise, que fazem os portugueses?

  • Alguns votam com os pés, emigram, saem do país (exit
  • Outros manifestam-se e protestam na rua, muitos pela primeira vez na vida (voice
  • E também os que se mantêm alinhados, calados e obedientes (loyalty
Esta tipologia de reacções perante uma degradação  inaceitável  foi descrita pelo economistaAlbert O. Hirschmann  já em 1970, mas parece perfeitamente actual.

O conceito baseia-se no seguinte:  os membros de uma organização, seja uma empresa, uma nação ou qualquer outra forma de agrupamento humano, têm essencialmente duas respostas possíveis quando percebem que a organização está a demonstrar uma redução na qualidade ou benefício ao membro:
  • eles podem sair (retirar-se do relacionamento), ou, 
  • eles podem expressar (tentar reparar ou melhorar o relacionamento através da comunicação da queixa queixa, ou proposta de mudança). 
Por exemplo, os cidadãos de um país podem responder ao aumento da repressão política de duas formas: emigrar ou protestar. Da mesma forma, os trabalhadores de uma empresa podem optar por se demitir e cessar o seu trabalho desagradável, ou expressar as suas preocupações às chefias num esforço para melhorar a situação. Clientes insatisfeitos pedem para falar com o gerente, ou optam simplesmente por comprar em outro lugar.

Este conceito oferece uma perspectiva interessante, não sós das nossas interacções sociais diárias, como da crise nacional. Sair  ou contestar podem ser vistos como opções num continuum, desde a acção económica e até à acção política.  A saída está associada com a mão invisível de Adam Smith, em que os compradores e vendedores são livres para mover-se silenciosamente através do mercado, constantemente formando e destruindo relacionamentos. Voz, a contestação  por outro lado, é de natureza política e, por vezes, de confronto.
Diz-se que alguns países tem culturas mais dinâmicas porque têm populações composta de imigrantes e de dissidentes contestatários.

Emigrar,  uma reacção de natureza marcadamente económica, voltou à ordem do dia nesta crise que assola Portugal. Calar e consentir está a cair em desuso.  Mas como não podemos todos emigrar, passamos também a contestar, enchendo as ruas e praças das cidades portuguesas, e a fazer circular mensagens contestatárias pela internet e pelos blogs.
Modernices. 

Fontes:  http://www.thesocialcontract.com/pdf/four-four/hirschma.pdf e http://en.wikipedia.org/wiki/Exit,_Voice,_and_Loyalty
p.s.   Esta variação da nossa resposta instinctiva de lutar ou fugir (fight or flight) também se pode aplicar nas relações românticas http://www.strongwindpress.com/pdfs/tuijian/hirschmanromantic.pdf

Boas relações com as ex-colónias sim

2012/09/14

No blog “Farol da nossa terra” vinha uma notícia sobre “As comemorações do 90.º aniversário natalício de Agostinho Neto, em Viseu, marcadas pela apresentação do livro “Agostinho Neto e a Luta da Libertação de Angola, 1947-1974, Arquivos da PIDE-DGS”, uma organização conjunta do Grupo Visabeira, a Fundação Dr. António Agostinho Neto e a Casa de Angola em Portugal realizadas no dia 13, na Sala Caramulo do Montebelo Viseu Hotel & Spa com a presença de Paulo Varela, vice-presidente do Grupo Visabeira, de Fernando Ruas, presidente da Câmara de Viseu, do Prof. João Pinto, representante da Fundação Agostinho Neto, e de Susete Antão, presidente da Casa de Angola em Portugal”.

É muito interessante esta comemoração dos  90 anos do nascimento de Agostinho Neto.
Numa altura em que os laços económicos com Angola são cada vez mais fortes e ainda bem (e a Visabeira tem isso em conta - parabéns) é importante salientar que a luta de Agostinho Neto não era contra o povo português mas contra a ditadura, o colonialismo e os seus suportes. Um país,  como uma pessoa, não pode pensar em viver isolado no mundo, assim como um povo não pode ser dominado e maltratado indefenidamente. Isso tem sempre as suas consequências.
Esta comemoração em Viseu também vem a propósito para contrapor à proliferação de pedestais, com G3 e capacetes, a glorificar a guerra no ultramar por iniciativa  de muitos que sofreram na pele as agruras  dessa estupida guerra como se tivessem participado num grande feito de libertação histórico tipo batalha de Aljubarrota, quando dela mais temos que nos lamentar do que estar orgulhosos.

A. Abrantes

Filme sobre Sousa Mendes em exibição no Festival Sefardita, Guarda, segunda-feira, 19-Set, 21h30

2011/09/16

Programa do II Festival Sefardita

Program in English here 

Este festival e Congresso, que fica aqui tão perto, celebra uma parte importante da herança beirã e portuguesa.  
O filme "O Cônsul de Bordéus"  conta a história emocionante e extra-ordinária do Acto de Consciência de Aristides de Sousa Mendes.   Foi aplaudido de pé em Bruxelas, e recebido com grande emoção em Televive. 
Vale a pena ver. Podem contactar o Turismo da Serra da Estrela para reservar bilhetes. 

Contacts:   info@turismoserradaestrela.pt
tel              (351) 275 319 560 begin_of_the_skype_highlighting            (351) 275 319 560      end_of_the_skype_highlighting      
http://www.festivalsefardita.com/


Domingo, Dia 18 de Setembro de 2011
BELMONTE
15:00 - Mercado de Produtos Kosher em Belmonte
21:00 - Concerto de Mor Karbasi, Teatro Municipal da Guarda (TMG)
Segunda-Feira, Dia 19 de Setembro 
GUARDA
9:30 - Sessão de Abertura, Teatro Municipal da Guarda (TMG)
10:00 - Apresentação da Rede Nacional de Judiarias
11:00 - Coffee Break
11:30 - Continuação dos trabalhos
13:00 - Almoço
15:00 - Os Justos Portugueses da II Guerra Mundial
             A Ação de Carlos Sampayo Garrido e Alberto Branquinho na Hungria
16:00 - Coffee Break
16:30 - Continuação dos trabalhos
21:30 - Exibição do filme "O Cônsul de Bordéus",  de Francisco Manso e João Correa, com Victor Norte no papel de Aristides de Sousa Mendes
Teatro Municipal da Guarda (TMG)
Terça-Feira, Dia 20 de Setembro  
TRANCOSO
9:30 - Inauguração da Exposição do Espólio do Capitão Barros Basto, Convento dos Frades
10:00 - A Obra do Resgate do Capitão Barros Basto, Convento dos Frades
11:00 - Coffee Break
11:30 - Continuação dos trabalhos
12:30 - Almoço
15:00 - Continuação dos trabalhos

Quarta-Feira, Dia 21 de Setembro 
10:00 - Visitas temáticas
Encerramento do Festival