Não à poluição química da Borgestena!
O caso da Borgestena, em Nelas, é o caso
típico de alguém que quer ter lucros, bons lucros, à custa dos agricultores,
pequenas parcelas agrícolas, muitas delas com hortas de subsistência, de muitas
centenas ou milhares de pessoas que estão na bacia hidrográfica da Ribeira de
Travassos, que inclui os campos férteis de Beijós mas que prossegue para o Rio
Dão, onde desagua, a próporia barragem
da Aguieira, o Rio Mondego, até ao mar.
A poluição química provocada pela Borgestena
é um crime de lesa propriedade mas é, também, um crime de saúde pública, contra
os mais elementares direitos de milhares de pessoas em toda a bacia
hidrográfica, e de defesa da qualidade da água até aqui excelente, da Ribeira
de Beijós.
Os postos de trabalho da Borgestena não
têm que ficar em causa. Aliás eles só terão futuro, as pessoas que lá trabalham
só se podem sentir minimamente seguras, se a empresa fizer os investimentos que
tem de fazer para deixar de poluir os cursos de água públicos.
E enquanto não for construida uma
solução definitiva para os seus efluentes têm que ser levados para estações de
tratamento, noutros locais, que as há. Custa dinheiro? Pois custa. Mas tem que
ser a empresa a assumir esses custos e não os milhares de utilizadores da água
pública das ribeiras e rios.
Os autarcas dos municipios de Nelas, de
Carregal do Sal e Santa Comba Dão não podem ficar de braços cruzados à “espera
que a tempestade passe”. Também eles são
responsáveis. Não é contemporizar com este desmando que defendem os interesses
dos seus munícipes, mesmo que sejam trabalhadores destas empresas poluentes.
António Abrantes
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