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Florestação de baldios dianamiza aldeia minhota

2013/01/27

Beijós é a aldeia com mais terrenos comuns do município  mais de 70 hectares, um terço dos baldios de Linhares de Paredes de Coura:
Uma forma de concretizar a aposta no desenvolvimento rural preconizada pelo autarca de uma pequena aldeia do concelho de Paredes de Coura, no distrito de Viana do Castelo.
Desde que assumiu a liderança da Junta de Freguesia de Linhares, Amândio Pinto, um enfermeiro de 35 anos, viu na agricultura de subsistência uma fórmula mágica para fixar os poucos jovens de uma população cada vez mais envelhecida, com 233 eleitores, mas apenas 180 habitantes permanentes.
Em 2009, este autarca do Alto Minho começou a distribuir por todas as habitações da aldeia 60 euros em sementes, a que este ano vai juntar 20 pintos por casa, no valor de 30 euros.      Vai também disponibilizar gratuitamente equipamentos agrícolas a todos os fregueses que estejam dispostos a trabalhar a terra. Aos idosos, oferece carregamentos de lenha.      Com este projecto, o presidente da junta conta gastar este ano cerca de 17 mil euros, para “dar um empurrão” à agricultura e pecuária locais. “Estou a tentar mostrar à malta mais nova que se pode reforçar o orçamento familiar trabalhando a terra. E que é melhor comermos aquilo que plantamos, pois sabemos o que estamos a comer”, comenta.      
O objectivo da junta é, contudo, mais abrangente. Com este plano original, Amândio Pinto também querer recuperar as terras abandonas em Linhares e evitar, desta forma, os incêndios, que nos últimos anos têm destruído grande parte daquela que é a maior fonte de rendimento da freguesia: os baldios. Por ano, o baldio da aldeia, cuja gestão foi delegada pelos compartes no executivo autárquico, rende à pequena freguesia de 233 eleitores qualquer coisa como 26 mil euros. 
A este montante hão-de juntar-se os 15 mil euros anuais que deverá começar a render este ano o arrendamento de um terço do baldio a uma empresa privada ligada ao sector da produção de papel. Graças ao acordo estabelecido, Linhares vai ganhar ainda a plantação de 25 hectares de floresta, 20 dos quais irão ser divididos em “sortes” (parcelas de terreno florestal) que serão distribuídas pelas famílias da aldeia. Mais uma vez, saem todos a ganhar. Os habitantes vão poder explorar gratuitamente aqueles espaços e a freguesia fica com a floresta limpa de mato e outro material combustível responsável pela rápida propagação de grande parte dos incêndios. 
Se um dia destes lhe baterem à porta para lhe oferecerem 20 pintos e não estiver em Linhares, é porque o sonho do autarca Amândio Pinto se realizou: o projecto foi replicado noutras zonas do país. 
Publicado por Susana Ramos Martins na edição de 26 de Janeiro de 2012 do PÚBLICO




2 Comentários:

Hawk76 disse...

Houve precisamente ontem, num dos noticiários da noite (SIC ou RTP1), uma reportagem sobre esta aldeia comunitária.
Os pintos já foram o ano passado, este ano são as sementes, os pintos e um porco...

Anónimo disse...

Indústria portuguesa de tomate já é a quarta maior exportadora mundial do sector.
Portugal tornou-se, em 2012, o quarto maior exportador internacional de tomate transformado, ultrapassando Espanha, de acordo com a Associação dos Industriais de Tomate.
DE 31-Jan-2013

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