Seguem-se alguns versos, citados de memória e,
por isso, com algumas alterações.
Faltará, também, a coreografia e, claro está,
a música. Aparte o período da orquestra “Os Centrais de Beijós” (ver foto na
sede da ACDB) nunca houve muita adesão dos beijosenses à música tocada. E isso
tem feito falta.
Quando, por volta de 1990 Eulália Rosa, poetisa,
organizou e ensaiou o “Rancho Juvenil Flores
de Beijós” (parabéns Eulália Rosa), tendo feito algumas apresentações, notou-se
perfeitamente a falta desse apoio musical.
A dança de rua, como se fazia, onde todos
cantam razoavelmente ritmados e com exuberância, quase dispensa o acompanhamento musical. Mas as mesmas modas
interpretadas por um pequeno grupo de folclore, não tem o mesmo impacto que uma
dança de roda, com 40 ou 50 pessoas, em pleno largo da aldeia.
Por isso penso que o carnaval de Beijós tinha
características únicas. Talvez mais de duas ou três dezenas de “modas”
preenchiam o repertório que todos sabiam de cor apesar de, praticamente apenas serem cantadas e dançadas
nos dois fim-de-semanas “gordos” e nos dois dias seguintes, até à meia-noite de
3ª feira de Entrudo. A partir dessa hora seria pecado grave brincar ao
carnaval.
Lá vão
fitas, lá vão laços...
Lá vão fitas, lá vão laços
Lá vão os homens ao meio
Anda cá oh meu amor
Vamos os dois ao passeio
Vamos os dois ao passeio
Vamos os dois passear
Nos braços do meu amor
Agora é eu vou gozar.
Agora é que eu vou gozar
Vou gozar muito e bem
Nos braços do meu amor
Vivo eu como ninguém.
Anda lá
para diante
Anda lá para diante
Que eu atrás de ti não vou
Não me pede o coração
Amar a quem me deixou.
Vem dançar neste terreiro
Dança linda de se ver
O sapateiro é pobre
Ajudai-o a viver.
A
Margarida jurou
A Margarida jurou
Jurou deixá-la jurar
Ela jura que não há-de ir
Que não há-de ir ás ondas do mar.
As ondas do mar são brancas
No centro são amarelas
Coitadinho de quem nasce
Pr´a morrer no meio delas.
A. Abrantes
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